Posso transmitir Covid-19 mesmo vacinado? Se eu peguei Covid, devo tomar a vacina? Posso pegar Covid-19 depois de Tomar as duas doses da Vacina?

 1. É possível ter Covid-19 mesmo após tomar a segunda dose da vacina?

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Foto reprodução Rede RD





Sim. Estudos mostram que a proteção contra o coronavírus acontece somente entre duas e quatro semanas depois da aplicação da segunda dose. Por isso, quem tomou a primeira dose ainda não está imunizado e pode contrair o vírus. E se recebeu a segunda dose, o efeito da vacina será pleno apenas após um mês - mesmo assim não totalmente, porque nenhuma vacina é 100% eficaz contra o coronavírus.


Nesse cenário, pode parecer que a vacina não faz efeito, mas o fato é que não houve tempo para o organismo desenvolver a imunidade esperada para evitar a doença. Se levarmos em conta que a grande maioria da população vacinada no Brasil ainda não tomou a segunda dose, isso significa que essa população continua desprotegida contra a Covid-19, ou seja, pode pegar o vírus, desenvolver a doença, e inclusive, transmiti-la para outras pessoas.


2. Se eu tomei a vacina, estou imune contra o coronavírus? 

Ninguém fica imunizado com apenas uma dose da vacina, e algumas pessoas nem com as duas doses, porque os imunizantes disponíveis no mercado não são 100% eficazes. Mas o que se sabe é que, em ambas as vacinas disponíveis no Brasil, a garantia de eficácia conforme dita nos estudos só ocorre de duas a quatro semanas após a segunda dose.


Mesmo quem tomou a vacina Oxford-AstraZeneca, que conferiu eficácia de mais de 70% na primeira dose, precisa receber a segunda dose para garantir uma imunidade mais duradoura contra o coronavírus, conforme descrito na bula da vacina. O prazo entre as doses da vacina da AstraZeneca é de 12 semanas.




No caso da Coronavac, mesmo com uma espera menor entre as doses – de 14 a 28 dias -, ainda assim é preciso levar em conta que a imunização deverá ocorrer somente depois de duas ou quatro semanas. E que, como a eficácia comprovada é de 50,7%, uma pessoa vacinada ainda tem 49,3% de chance de contrair o vírus.


Ainda segundo o estudo da Coronavac, quatro semanas após receber a segunda dose, no entanto, a eficácia para casos graves da doença sobe para 100%. Isso quer dizer que um mês após tomar a segunda dose da vacina, a chance de ter a forma grave da doença, de ser internado ou morrer, praticamente deixa de existir.


3. Com a vacina, estou imune às variantes?

As vacinas que temos atualmente no Brasil têm mostrado proteção contra as variantes que já surgiram, mas não se sabe a duração dessa proteção. Isso porque podem surgir variantes resistentes à imunidade que as vacinas vão gerar.


Como o vírus ainda está se disseminando sem controle em várias partes do mundo, podem surgir outras variantes que não terão cobertura das vacinas. O que a Ciência já sabe é que o vírus precisa parar de circular para as variantes pararem de surgir. É por isso que a recomendação de manter distanciamento social e o uso de máscara se mantém mesmo para quem já tomou as duas doses da vacina.

4. Se eu peguei Covid, devo tomar a vacina? 

Sim.  Todo mundo que teve Covid-19 tem que se vacinar. A imunização não impede uma reinfecção. Mas o ideal é esperar quatro semanas após a infecção para tomar a vacina. Isso porque se a pessoa ainda estiver se recuperando da Covid-19, tomar o imunizante, e sentir alguma coisa, não se saberá se foi por causa da vacina ou da doença, o que atrapalha o controle e um possível tratamento. Outro ponto importante é que não há dados concretos sobre a duração da proteção dos anticorpos produzidos pela doença, nem dos anticorpos produzidos pela vacina. 


5. Há problema se eu tomar a vacina estando com Covid-19?

Não. Na pessoa que já está contaminada, o sistema imunológico está respondendo ao vírus. As vacinas disponíveis não são feitas com vírus vivos, por isso não há plausibilidade biológica que cause alguma interferência no organismo de quem já contraiu o coronavírus. Muito pelo contrário, a vacina vai promover mais anticorpos contra a doença.


6. Posso transmitir Covid-19 mesmo vacinado?

Sim, porque a vacina não previne a infecção, mas as complicações resultantes dela, pelo fato de contribuir com a produção de anticorpos. Como a eficácia de nenhuma vacina disponível é total, isso significa que nem todo mundo que a recebeu estará livre de contrair o vírus. Mas isso não invalida a vacina, porque estudos realizados com pessoas imunizadas e que se infectaram mostram que a grande maioria apresenta sintomas leves ou fica assintomática.


7. Por que alguns adoecem mesmo após serem vacinados?

Como a vacina não previne a infecção, as pessoas podem ter Covid-19 e adoecerem mesmo vacinadas, porque não houve tempo hábil do organismo responder à vacinação. E, apesar dos estudos apontarem que os imunizados podem ter sintomas mais leves, os casos graves que aparecem entre eles, geralmente, estão relacionados com pacientes idosos, cujas doenças prévias são pioradas com a Covid-19, ou entre doentes crônicos com diabetes, problemas cardíacos ou pulmonares, que têm seus quadros agravados enquanto a vacina ainda não fez efeito.


8. Como explicar a morte de pessoas imunizadas?

As mortes por Covid-19 relatadas após a vacinação geralmente têm relação com outras doenças ou comorbidades existentes antes do diagnóstico de Covid-19. Pessoas com comorbidades costumam ter o sistema imune debilitado. Por isso, em casos de óbitos entre pessoas que tomaram a vacina, deve ser levado em conta o histórico médico e de doenças, além do tempo de imunização. É importante avaliar cada caso, investigar as comorbidades e a faixa etária.

9. Quem faz parte do grupo de risco?


Ainda estamos aprendendo sobre como o COVID-19 afeta as pessoas, mas idosos (pessoas com mais de 60 anos)  e pacientes com alguma doença crônica podem apresentar um risco maior de desenvolverem quadros mais graves, especialmente se tiverem doenças cardíacas ou respiratórias descompensadas ou mal controladas, hipertensão, doenças renais crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5) ou em diálise, imunossupressão (uso de imunossupressores, quimioterapia/radioterapia transplantados, doenças que causam imunodeficiência, etc), doenças cromossômicas e com estados de fragilidade imunológica (ex.: Síndrome de Down), diabetes (conforme juízo clínico) e gestação de alto risco. 



10.Quais as medidas de prevenção?

- Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com lenço descartável. Evite usar as mãos e se usá-las lembre-se de lavá-las com água e sabão. Se usar um lenço, jogue-o fora imediatamente e lave as mãos;

– Utilize lenço descartável para limpar o nariz;

– Evite tocar os olhos, nariz e boca;

– Não compartilhe objetos de uso pessoal como talheres, pratos, copos, escovas de dente.

– Lave as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou use álcool gel;

– Não realize deslocamentos e viagens enquanto estiver doente;

- Evite locais com aglomeração de pessoas;






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