A Máfia organizada e criminosa deixa rombo de R$ 70,9 bilhões em Brasília, segundo Polícia Federal Para o Povo brasileiro pagar

Será a Máfia brasileira maior, e bem mais articulada que a famosa máfia italiana.



O protagonismo do Distrito Federal mostra-se pelo fato de que entre os inquéritos de 82 operações feitas pela Superintendência Regional da PF na capital federal estão grandes casos como Greenfield (prejuízo de 53,8 bilhões), Acrônimo (R$ 5,8 bilhões), Zelotes (R$ 5,4 bilhões) e Janus (R$ 4,3 bilhões).
Quatro malas, com R$ 500 mil cada uma, a um primo de Aécio , Frederico Pacheco de Medeiros



As operações apuram desvios de verbas públicas, crimes financeiros de órgãos públicos e delitos tributários ligados à corrupção de agentes públicos. O Estado mostrou ontem que o País perdeu, em quatro anos, R$ 123 bilhões em razão da atuação das organizações criminosas.

Centro do poder nacional, o Distrito Federal é a unidade da Federação que concentra 57,2% — R$ 70,9 bilhões — dos prejuízos apurados pela Polícia Federal em 2.056 operações que investigaram organizações criminosas de 2013 a 2017. O mapa do que os especialistas chamam de máfias revela uma característica desse tipo de crime: a proximidade com o Estado.

Segundo o sociólogo Guaracy Mingardi, especialista em criminalidade organizada, haveria uma razão para justificar a disparidade: "É muito mais fácil trabalhar casos que envolvem empresários e políticos do que os que envolvem traficantes".
Foto /Polícia federal em operação na JBS






Temos o caso do Senador Zeze Perrella, ele e mais 5 estariam envolvidos no esquema das 4 malas, com R$ 500 mil, que seriam entregues a um primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros.
A PF diz que seriam entregues quatro malas, com R$ 500 mil cada uma, a um primo de Aécio , Frederico Pacheco de Medeiros. Fred, de acordo com as investigações, repassou o dinheiro a Mendherson Souza Lima, então assessor parlamentar do senador mineiro Zezé Perrella (PMDB-MG). 



Perrela já tinha sido investigado outras vezes.
 A primeira investigação remonta ao ano de 2004 e envolvia negociação de compra e venda de jogadores de futebol. Perrella é ex-presidente do Cruzeiro.
Temos também a estranha apreensão de helicóptero dos Perrella com 450 kg de cocaína!
No dia 24 de novembro de 2013, a Polícia Federal interceptou a aeronave que pertencia à empresa do então deputado estadual Gustavo Perrella (SD-MG), filho do senador Zezé Perrella (PTB-MG). Nenhum dos dois responderam judicialmente. Hoje, Gustavo é Secretário Nacional do Futebol, no governo Temer. Sem mais investigações, e o piloto da aeronave está solto.
Helicóptero da família Perrella

"As organizações criminosas são sempre parasitárias. Essa, aliás, é uma definição do juiz italiano Giovanni Falcone", afirmou o juiz aposentado e estudioso das organizações mafiosas Wálter Maierovitch. Falcone foi assassinado em 1992, em Palermo, na Sicília, pela máfia.

— Cria-se um estado paralelo, que é aquele que gruda no Estado, atua ao seu lado. A Odebrecht, por exemplo, agia como uma organização parasitária.

Os investigados também têm relação com o DF. Incluem a elite da política que vive ou trabalha no Planalto Central, bem como os empresários que por lá circulam. É por isso que o corretor da bolsa Lúcio Funaro está preso em Brasília e o dono da JBS, Joesley Batista, também presta depoimentos lá.
Na lista de políticos, por sua vez, figuram o alto comando de partidos, como o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Outros estão há anos causando polêmicas em Brasília e não é a primeira vez que têm o nome envolvido em ilícitos. É o caso do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que estava no primeiro grande escândalo de corrupção do País após o fim da ditadura: os anões do Orçamento, em que, depois, foi absolvido.


A Superintendência do Paraná é a segunda que mais detectou prejuízos causados por organizações criminosas no País — graças à Lava Jato e ao combate do crime na fronteira com o Paraguai. Foram R$ 19,4 bilhões, dos quais R$ 13,8 bilhões nas diversas fases da Lava Jato, e R$ 4,5 bilhões ligados ao contrabando de mercadorias alvo da Operação Celeno.
O terceiro lugar no ranking é reservado ao Rio Grande do Sul por causa de duas operações: a Enredados (R$ 5,1 bilhões) e a Huno (R$ 2 bilhões). Em suas duas fases em 2015 e 2016, a Enredados investigou esquema de propinas no extinto Ministério da Pesca, e de funcionários do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).


Ao todo, 90 acusados foram indiciados pelos federais sob a acusação de corrupção e crimes ambientais — 27 eram funcionários públicos. A Operação Huno investigou o mercado clandestino de cigarros.
São Paulo ocupa apenas o quarto lugar neste ranking, com R$ 3,9 bilhões. Muitos dos Estados com menor quantidade de prejuízos estão em regiões de fronteira, como o Acre, Rondônia e Mato Grosso do Sul. Outro dado surpreendente é o pequeno papel da criminalidade comum nos dados da PF. Ali o tráfico de drogas seria responsável por danos de apenas R$ 76 milhões, enquanto que os ladrões de banco, que usam explosivos e armas de fogo, teriam causado um prejuízo de R$ 125 milhões aos cofres públicos.


A PF calculou ainda qual o tamanho do prejuízo evitado pelas operações em cada unidade da Federação. Mais uma vez, o Distrito Federal lidera, com R$ 45,2 bilhões, dos quais R$ 20 bilhões em apenas uma ação: a Operação Quatro Mãos, que apurou um esquema de propina denunciado pelo Banco Itaú no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O segundo maior prejuízo evitado por uma operação foi na Acrônimo (R$ 12 bilhões).

Polícia Federal em operação

Também em Brasília estão os mais altos valores apreendidos e sequestrados — R$ 11 bilhões só durante a Operação Greenfield. Nessa lista, a Lava Jato ficou em 2.º lugar, com a recuperação de R$ 5,1 bilhões.

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