Dos 44 senadores que votaram a favor do retorno de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado nesta terça-feira, 28 (63%) são alvos de inquérito ou ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) e 19 são investigados na Operação Lava-jato. No total, são pelo menos 48 os senadores com casos abertos no STF e 34 envolvidos com a Operação. Nenhuma outra legislatura teve um número tão alto de senadores formalmente colocados sob suspeita de crimes.
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Senadores e Aécio Neves comemorando a vitória na votação |
Aécio é acusado de receber propina no valor de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, delator da JBS. O Partido de Michel Temer, PMDB, foi crucial para a retomada do cargo pelo senador: dos 19 parlamentares do partido que compareceram à sessão, 17 deram votos favoráveis a Aécio. Também denunciado ao STF, o presidente da república empenhou-se pessoalmente na obtenção de apoio ao senador tucano.
Dos 28 senadores alvos de inquéritos ou ações penais no Supremo, 19 são investigados na Operação Lava-jato. Eles são:
Antonio Anastasia (PSDB-MG),
Benedito de Lira (PP-AL),
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB),
Ciro Nogueira (PP-PI),
Dalírio Beber (PSDB-SC),
Edison Lobão (PMDB-MA),
Eduardo Amorim (PSDB-SE),
Eduardo Braga (PMDB-AM),
Fernando Coelho (PMDB-PE),
Fernando Collor (PTC-AL),
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN),
Jader Barbalho (PMDB-PA),
José Agripino Maia (DEM-RN),
Maria do Carmo Alves (DEM-SE),
José Serra (PSDB-SP),
Omar Aziz (PSD-AM),
Renan Calheiros (PMDB-AL),
Romero Jucá (PMDB-RR)
e Valdir Raupp (PMDB-RO).
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Senador Aécio Neves(PSDB- MG) e Senador Romero Jucá (PMDB-RR)
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Mais detalhes:
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Braço direito de Aécio e ex-governador de Minas Gerais. Responde a dois inquéritos — em um, é suspeito de receber R$1,8 milhão em 2009 e R$5,47 milhões em 2010 — abertos com base em delações da Odebrecht na Lava-jato. Ele nega as acusações.
Benedito de Lira (PP-AL)
Líder do PP no Senado. Responde a três inquéritos da Lava-jato no STF — lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva, há também a suspeita de repasses de até R$1 milhão. O senador alega inocência.
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Primeiro-vice-presidente do Senado. Responde a dois inquéritos — um deles, baseado na delação da Odebrecht na Lava-jato. É suspeito de receber R$ 800 mil e de crimes contra a ordem tributária e formação de quadrilha. Na época desse último caso, era governador da Paraíba. Ele afirma que recebeu doação da Braskem, do grupo Odebrecht, na campanha de 2014 e que declarou a quantia.
Cidinho Santos (PR-MT)
Réu em ação penal por crime de responsabilidade.
Ciro Nogueira (PP-PI)
Presidente nacional do PP. Responde a três inquéritos. Em um deles, na Operação Lava-jato. É investigado por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção passiva e tráfico de influência.
Dalírio Beber (PSDB-SC)
Responde a um inquérito com base na delação da Odebrecht na Lava-jato.
Dário Berger (PMDB-SC)
Responde a um inquérito e cinco ações penais. É investigado por crimes contra a Lei de Licitações, formação de quadrilha e crimes contra a paz pública.
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Responde a um inquérito por crimes eleitorais.
Edison Lobão (PMDB-MA)
Ex-ministro de Minas e Energia é investigado em cinco inquéritos. Três deles, na Lava Jato. As suspeitas são de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção passiva e ocultação de bens, direitos ou valores.
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Primeiro suplente da Mesa Diretora do Senado. É investigado em dois inquéritos. Em um, com base nas delações da Odebrecht na Lava-jato. Além disso, é suspeito de práticas de crimes contra a Lei de Licitações e improbidade administrativa.
Eduardo Braga (PMDB-AM)
É acusado de ter recebido R$ 1 milhão em propina da construtora Camargo Corrêa, para a qual o ex-governador já trabalhou.
Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE)
Ex-ministro da Integração Nacional. É investigado pela Operação Lava-jato por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, além disso também responde a outros cinco inquéritos por crimes contra a Lei de Licitações, peculato, corrupção, crimes de responsabilidade e lavagem de dinheiro.
Fernando Collor (PTC-AL)
Ex-presidente da República. É investigado na Lava-jato em seis inquéritos. Collor nega envolvimento com as denúncias e atribui as investigações a perseguição do Ministério Público.
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Responde a um inquérito com base nas delações da Odebrecht na Lava-jato.
Ivo Cassol (PP-RO)
Foi o primeiro senador condenado pelo Supremo, em agosto de 2013, foi setenciado a quatro anos e oito meses de prisão. Até hoje, recorre da condenação em liberdade e no pleno exercício do mandato. Inclusive, preside a Comissão de Agricultura do Senado. Sua condenação foi por crime contra a Lei de Licitações. Além disso, é réu em outras duas ações penais e é alvo de mais cinco inquéritos.
Jader Barbalho (PMDB-PA)
Ex-presidente do Senado. Responde a Lava Jato desde 2015. Responde a seis inquéritos no STF.
José Agripino Maia (DEM-RN)
Presidente nacional do DEM, é acusado de receber R$ 1 milhão de um esquema de fraudes no Detran-RN. Além disso, responde também a mais três inquéritos. Um deles, baseado nas delações da Odebrecht na Lava-jato.
José Serra (PSDB-SP)
Ex-governador de São Paulo. Foi acusado por um delator da Odebrecht de ter recebido R$ 23 milhões via caixa dois para a campanha presidencial de 2010.
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Responde a um inquérito com base nas delações da Odebrecht na Lava-jato.
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Ex-prefeita de São Paulo. Responde a um inquérito por estelionato, quadrilha e falsidade ideológica e a um derivado da Lava-jato.
Omar Aziz (PSD-AM)
Ex-governado do Amazonas. É investigado em dois inquéritos, um deles relacionado à Lava-jato.
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Ex-presidente do Senado. Acumula 12 investigações no STF. Dez deles são relacionados à Petrobras, apurado pela Operação Lava-jato. O mais antigo deles custou ao senador a presidencia da Casa em 2007 e o fez virar réu.
Romero Jucá (PMDB-RR)
Líder do governo no Senado. É alvo de nove investigações. É investigado em cinco inquéritos na Lava-jato. Foi flagrado em um áudio defendendo a saída da ex-presidente Dilma Rousseff para "estancar a sangria" da Operação.
Telmário Mota (PTB-RR)
Responde a um inquérito por violência Doméstica.
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Ex-governador de Rondônia. É alvo de 11 acusações criminais. Seis delas, são derivadas da Lava-jato. Responde por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva. É réu em quatro ações penais por crimes eleitorais, uso de documentos falsos, crimes contra o sistema financeiro, peculato e corrupção.
Vicentino Alves (PR-TO)
É alvo de um inquérito por crimes contra a Lei de Licitações.
Wellington Fagundes (PR-MT)
Responde a um inquérito que tramita no STF desde julho de 2006.
Zezé Perrella (PMDB-MG)
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