Jair Bolsonaro pode acabar com apenas oito segundos na televisão. Nos últimos dias, o pré-candidato foi negado pelo PR e pelo PRP. Uma aliança com o deputado é tida como "de alto risco"
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Deputado Federal Jair Messias Bolsonaro |
Com tentativas frustradas de alianças partidárias, o parlamentar chegou a receber muitas negativas, incluindo o PRP e PR na última quarta-feira, 18.
Com esse cenário, Bolsonaro terá disponível apenas 8 segundos em cada bloco no horário gratuito do rádio e da televisão, sendo que as campanhas começam a partir de 31 de agosto.
Vale lembrar que a convenção do PSL acontecerá no próximo domingo, 22, o que deixa cada vez mais próxima a possibilidade do presidenciável ser obrigado a formar uma chapa sem aliados.
O deputado lidera as pesquisas de intenção de voto nos cenários em que o ex-presidente Lula não aparece. No entanto, apesar de estar bem colocado nas pesquisas eleitorais, o candidato enfrenta grande dificuldade para fechar acordos com outros partidos.
O pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) pode ser obrigado a escolher um vice do próprio partido (provavelmente Janaína Paschoal, a autora do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff).
Para que se tenha uma ideia, os 8 segundos de Bolsonaro a cada bloco no horário eleitoral TV serão quase a metade dos 15 segundo que Enéas Carneiro teve numa antológica campanha em 1989.
Naquela eleição, a primeira depois do fim do regime militar, sequer sonhava-se com as redes sociais -é com isso que conta Bolsonaro, que aposta na Internet para manter-se competitivo.
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Deputado Federal Jair Messias Bolsonaro |
É uma aposta semelhante à primeira candidatura presidencial de Marina Silva, em 2010, mas ela tinha 41 segundos em cada bloco de propaganda gratuita, cinco vezes mais que Bolsonaro. Sem o PR, Bolsonaro deixou de ganhar aproximadamente 22 segundos em cada bloco no horário eleitoral gratuito.
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Janaína Paschoal e Jair Bolsonáro |
Com isso, ficará com apenas oito segundos de tempo nos programas eleitorais da televisão aberta, que começam em 31 de outubro.
Para aumentar o espaço na TV, tido como determinante para o sucesso na eleição, a campanha do militar planeja usar recursos de direito de resposta e, assim, avançar sobre o tempo de outros partidos e coligações. Também é planejado o uso de vídeos na internet.
Uma decisão sobre eventual coligação terá que ser tomada até este domingo (22), quando acontece a convenção nacional do PSL.
Segundo especialistas ouvidos pelo Estado de S. Paulo, a aliança com Bolsonaro é tida como “de alto risco” pelos demais partidos, o que provoca o isolamento do pré-candidato.
O problema é a postura intempestiva e polêmica do militar, que pode contaminar as demais candidaturas. Além disso, o sistema partidário avalia que Bolsonaro tem poucas chances de ganhar o segundo turno das eleições.
Nos últimos dois dias, Bolsonaro foi negado pelo PR do ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP) e do senador Magno Malta (ES), e pelo PRP do coronel da reserva Augusto Heleno Ribeiro. A intenção do PSL era que Malta ou Heleno Ribeiro fossem vice na chapa.
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