Flávio Bolsonaro Não responde a convite do MP para prestar depoimento Sobre o caso Queiroz



Flávio Bolsonaro não responde a convite do MP para prestar depoimento.
ex-assessor Fabrício Queiroz e o Senador Eleito Flávio Bolsonaro



Senador eleito será ouvido sobre movimentação financeira atípica do ex-assessor Fabrício Queiroz, mas não confirmou comparecimento na quinta-feira.




RIO — Apesar de ter afirmado que está “à disposição das autoridades” para contribuir com a investigação sobre o ex-assessor Fabrício Queiroz , o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) ainda não respondeu ao convite do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) para prestar depoimento na quinta-feira.
Por ser parlamentar, Flávio Bolsonaro pode indicar a data em que deseja ser ouvido, o que também não fez.

A solicitação foi encaminhada em 21 de dezembro, quando Queiroz faltou pela segunda vez à oitiva marcada pelo MP-RJ, alegando razões de saúde. Dias depois, o ex-assessor disse em entrevista ao SBT ser um “homem de negócios”, o que explicaria a movimentação em sua conta, classificada pelo Coaf de “atípica”.
A assessoria do senador eleito disse que não conseguiu localizá-lo para responder se ele compareceria ao MP-RJ.




De acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foi registrada movimentação financeira de R$ 1,2 milhão, considerada atípica, nas contas do ex-assessor de Flávio Bolsonaro.




 Queiroz recebeu sistematicamente em suas contas bancárias transferências e depósitos feitos por oito funcionários que foram ou estão lotados no gabinete parlamentar de Flávio na Alerj. A suspeita é que o caso constitua desvio dos salários dos assessores, mas até agora não há provas que envolvam Flávio Bolsonaro em irregularidade.

Entre as movimentações atípicas registradas pelo Coaf, há também a compensação de um cheque de R$ 24 mil pago à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, além de saques fracionados em espécie. O presidente eleito afirma que o cheque é parte do pagamento de uma dívida de R$ 40 mil.



O ex-assessor faltou duas vezes a depoimento marcado no Ministério Público Federal, alegando problema de saúde. Em entrevista ao SBT, Queiroz disse que o valor em dinheiro que movimentou em suas contas é fruto da compra e venda de veículos usados e que um câncer o impossibilitou de prestar depoimento.

Ele não explicou por que recebeu tantos depósitos de assessores de Flávio em sua conta e nem a origem do dinheiro. Limitou-se a dizer que vai esclarecer o assunto para o Ministério Público.Na entrevista, o ex-assessor também procurou eximir de responsabilidade Jair Bolsonaro.



ENTENDA O CASO:


Coaf: datas de depósitos na conta de motorista coincidem com pagamentos na Alerj.
Ex Assessor Fabrício José Carlos de Queiroz , Deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, do PSL


Uma das filhas do assessor Fabrício José Carlos de Queiroz continua contratada do gabinete do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, do PSL. O Jornal Nacional da Rede Globo, tentou falar com Evelyn Mello de Queiroz nos últimos dois dias, mas ela não estava.




Além de Evelyn, uma irmã, Nathalia, e mãe delas, Márcia, também trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro, mas até agora ninguém da família apareceu para explicar a quantidade de depósitos e saques nas contas de Fabrício de Queiroz.


Deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, Presidente Eleito Jair Bolsonaro do PSL


A análise do relatório do Coaf revela que a maior parte dos depósitos em espécie na conta do ex-motorista de Flávio Bolsonaro coincidem com as datas de pagamento na Assembleia Legislativa do Rio. Nove ex-assessores do filho do presidente eleito repassaram dinheiro para o motorista.

O relatório mostrou que ex-funcionário de Flávio Bolsonaro teve movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão. Nove ex-assessores de Flávio repassaram dinheiro para o motorista.


Nove ex-assessores de Flávio repassaram dinheiro para o motorista




O Coaf apontou que Fabrício teve uma movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão durante um ano.






O Jornal Nacional da Rede Globo, fez o cruzamento das datas dos depósitos feitos em dinheiro nas contas do ex-assessor com os dias de pagamento dos salários da Alerj entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 e encontrou uma coincidência: em praticamente todos os meses, a maior parte do dinheiro entra na conta de Fabrício no mesmo dia ou poucos dias depois de os servidores receberem o salário.
Presidente Eleito Jair Bolsonaro Ao Lado do Filho Deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, nas eleições 2018


Em março, abril, maio, junho, agosto e novembro houve depósitos no mesmo dia do pagamento. Em dezembro, teve depósitos um dia depois do salário e no mesmo dia em que foi pago o décimo-terceiro para os funcionários da Alerj.

O levantamento do Coaf mostra que as movimentações financeiras na conta de Fabrício Queiroz há nove pessoas que foram ou são funcionários da Assembleia Legislativa do Rio.


O JN também analisou as datas em que Fabrício sacou dinheiro. Nos meses de março, abril, maio, junho e novembro ele começa a tirar dinheiro da conta no mesmo dia em que são feitos os depósitos ou nos dias seguintes. Na maioria das vezes, o saque é de R$ 5 mil.

Isso tem uma explicação: é o limite diário por agência no banco dele. Quando queria mais do que isso, ia várias agências. Em pelo menos dois dias, ele foi a três para sacar R$ 15 mil no total.



Fabrício José Carlos de Queiroz pediu exoneração do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro. Em novembro, Fabrício também deixou a polícia depois de 35 anos de trabalho. A aposentadoria dele como subtenente saiu no Diário Oficial.

O Coaf mostrou que Fabrício ganhava nos dois empregos R$ 23 mil.

Em 2002, numa ação contra a Polícia Militar, ele declarou que não tinha condições de pagar custas do processo nem honorários do advogado e pediu o benefício da gratuidade de justiça.

O endereço informado por ele no documento fica num prédio, na Zona Oeste do Rio, mas o porteiro disse que Fabrício não mora mais no local.



O jornal “O Globo” descobriu um outro endereço dele. A casa simples fica numa vila no bairro da Taquara, também na Zona Oeste do Rio.

O Jornal Nacional da Rede Globo, foi até lá nesta terça-feira (11), mas não havia ninguém da família. Vizinhos, que não aparecem na imagem, confirmaram que a casa é de Fabrício, mas disseram que a família não está sempre por ali.

O relatório do Coaf levanta a possibilidade de que os saques e os depósitos tenham sido feitos para ocultar a origem ou o destino final do dinheiro que passava todos os meses pela conta de Fabrício. Investigadores dizem que a quebra do sigilo bancário dos envolvidos poderia ajudar a esclarecer essas dúvidas.

A investigação está com o Ministério Público estadual e corre em segredo.

O que dizem os citados
A assessoria do senador eleito Flávio Bolsonaro declarou que ele não é investigado, que está à disposição para prestar os esclarecimentos às autoridades e que Flávio Bolsonaro é o principal interessado em que tudo se esclareça o quanto antes.



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