Bolsonaro diz que os ministros Fachin, Barroso e Moraes do STF 'infernizam o Brasil'

 Afirmações do presidente hoje, se somam aos diversos ataques feitos pelo Executivo ao Judiciário brasileiro.

Bolsonaro quer o fim do STF e chama os ministros do supremo de esquerdistas
foto Adriano Machado / Reuters . Presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal)

Para Bolsonaro, ministros do Supremo infernizam o país e um deles atua como líder de esquerda.

Nesta sexta-feira (20), o presidente, Jair Bolsonaro (PL), voltou a atacar e tecer críticas sobre seus "adversários" no Supremo Tribunal Eleitoral (STF): ministros Edson Fachin, Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro, alvo de inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os ministros da Corte Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes "infernizam o Brasil". A declaração, em tom de campanha, foi dada em entrevista divulgada pelo Correio da Manhã.

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"Temos, na verdade, três ministros que infernizam [...] não é o presidente, o Brasil, [são] Fachin, Barroso e Alexandre de Moraes. [...]. [Moraes] é o mais ativo e se comporta como líder de partido de esquerda de oposição", declarou o presidente.

Bolsonaro ainda discursou sobre o inquérito das fake news aberto contra ele, no qual Moraes é relator, dizendo que "fake news não existe".

"Esse inquérito das fake news [...]. Primeiro, fake news não existe. Nos acusam de gabinete do ódio. Me apresenta uma matéria! Olha, essa matéria eu acho que nasceu do gabinete do ódio, não tem", afirmou.

As declarações de hoje  se somam a amplo repertório de críticas e ataques feitos por Bolsonaro contra os ministros do Supremo, por exemplo  (19/05/22), quando mais uma vez atacou o poder Judiciário ao dizer que os votos serão contados e auditados, entretanto, o sistema eleitoral do Brasil não permite tal dinâmica através das urnas eletrônicas.

Na terça-feira, Bolsonaro apresentou uma ação no STF contra Moraes. O ministro conduz inquéritos no Supremo que investigam, entre outras pessoas, o presidente por suspeita de espalhar fake news e atacar as instituições.

A investida de Bolsonaro contra Moraes foi arquivada pelo ministro Dias Toffoli, do STF, que negou o prosseguimento da notícia-crime com o argumento de que os fatos descritos na ação não trazem indícios de possíveis delitos cometidos por Moraes.

No mesmo dia, Bolsonaro entrou com um pedido na Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar Moraes pelos mesmos fatos arquivados pelo Supremo.

Nessa quinta-feira, Moraes e Bolsonaro ficaram frente a frente durante evento no Tribunal Superior do Trabalho. Os dois trocaram apertos de mão durante a cerimônia. Pouco depois, Moraes foi longamente aplaudido pelo público e convidados, exceto por Bolsonaro.


Antes de cumprimentar Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral tem "vontade de democracia e coragem" para combater quem é contrário aos ideais constitucionais e republicanos.



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